No processo de transferência das unidades de dois carbonos de malonil-CoA, o C02 é novamente liberado, exercendo a malonil-CoA função como intermediário, sendo essa a via de processamento a biotina e a niacina exercem papel importante no processo de síntese dos ácidos graxos, sendo a biotina participante na formação da malonil-CoA, e a niacina na formação de NADP reduzido (nicotinamida-adeninadinucleotídios-fosfato), que atua como um receptor de hidrogênio.
A glicose representa a principal fonte de acetil-CoA para a síntese dos ácidos graxos que, por sua vez, é estimulada por uma alta ingestão calórica, constituindo um dos principais processos na conversão do excesso de triglicerídios no tecido adiposo.
Outro processo importante é o da dessaturação dos ácidos graxos, isto é, da formação de uma dupla ligação que acarreta alteração dos ácidos graxos disponíveis para atender às necessidades orgânicas, pois o ácido oléico, monoinsaturado, é formado pelo ácido esteárico.
Os ácidos graxos poliinsaturados sofrem síntese a expensas dos ácidos graxos insaturados existentes, como é o caso do ácido linoléico, que sofre conversão em araquidônico pela remoção de dois átomos de hidrogênio e adição de uma unidade de dois carbonos, sofrendo dessaturação. A oxidação dos ácidos graxos é processada normalmente nos músculos. Randle e col. referem a existência de um ciclo glicose-ácido graxo, que é a relação recíproca entre a glicose e ácidos graxos nos músculos e tecido adiposo, através dos ácidos graxos não-esterificados (N EFA), liberados pela lipólise do tecido adiposo, circulando ligados à albumina sérica, que constitui a fração mais ativa dos lipídios sangüíneos. A NEFA e seus produtos de oxidação suprimem a oxidação, a captação e o catabolismo da glicose durante a sua captação, acarretando, ao contrário, aumento da insulina, que reduz a liberação dos ácidos graxos do tecido adiposo.
A capacidade de estocagem no tecido adiposo é virtualmente ilimitada, provendo a energia necessária, cujo suprimento varia individualmente e circunstancialmente. O fígado também sintetiza ácidos graxos e triglicerídios, e a prevenção de acúmulo de gordura nesse órgão é feita pelos chamados fatores lipotrópicos que, pelo processo de transmetilação, promove a formação de lipoproteínas, que transformam os ácidos graxos fora do fígado.
A produção de energia total pelos lipídios acha-se relacionada com os ácidos graxos no teor de 95%, sendo o restante através da mistura de glicerol nas moléculas de triacilgliceróis. Na produção de energia, os ácidos graxos devem de início sofrer ativação pela formação de acil-CoA que, por sua vez, pode sofrer uma série de beta-oxidações, cada qual resultando na liberação de uma unidade de dois carbonos, já como acetil-CoA, que por sua vez é liberado sob oxidação pelo CACo.
Os ácidos graxos comuns em sua maioria contêm grande número de carbonos, dando apenas CoA, pela beta-oxidação; já os ácidos graxos ímpares sofrem a mesma oxidação, dando no final do ciclo uma acetil-CoA e uma propionil-CoA que vai ser convertida em succiniI-CoA, que faz parte do CACo Dessa forma, os ácidos graxos com números de carbono desiguais vão constituir substratos para a neoglicogênese, enquanto os ácidos graxos com números de carbono iguais não a realizam.