Fresca, leve e com menor teor alcoólico que muitas outras bebidas, a cerveja é muitas vezes usada por atletas, no final de um esforço, para satisfazer a sede. Contudo, beber cerveja nestas circunstâncias não traz qualquer benefício.
Usar esta bebida para fugir de um controle “antidoping” é uma técnica obsoleta. São precisas várias cervejas para acelerar a excreção de urina e o consumo de álcool também punível pelos regulamentos antidopagem.
Para além disso, é desaconselhável utilizar esta bebida para repor líquidos no corpo, devido às suas propriedades diuréticas. “É verdadeiramente conveniente tomar uma bebida diurética no momento em que as reservas hídricas do organismo estão desfalcadas? Em teoria, poderá mesmo agravar este défice. Não podemos esquecer que a prioridade do organismo, quando terminado o esforço, é restabelecer o volume plasmático (a parte líquida do sangue). Uma vez alcançado este objectivo, podem começar a funcionar as virtudes diuréticas de certas bebidas. Portanto, será numa segunda fase que a cerveja poderá revelar-se eficaz e ajudará a eliminar certos desperdícios formados durante o esforço”, explica Denis Riché no livro “L’aliméntation du sportif en 80 questions” (“80 Perguntas y Respuestas sobre la Alimentación del Desportista”. Segundo este autor, a cerveja é também pobre em sódio, substância importante na recuperação do volume plasmático e na dissolução dos desperdícios: “Esta diminuição do risco de cristalização, especialmente a nível renal, manifesta-se a prazo tão importante como a rapidez na eliminação dos desperdícios”, diz.
Há ainda um terceiro fator que desaconselha o consumo desta bebida logo após esforços físicos: as influências nefastas do álcool no organismo. Esta substância é rapidamente absorvida pelo organismo e “perturba o metabolismo e a capacidade do organismo em restabelecer a glicemia [presença de açúcar no sangue]”.
FONTE: http://podium.publico.pt/