O ser humano possui cerca de 26 mil genes. As obesidades ligadas a apenas um dentre eles são muito excepcionais. Infelizmente, já foram detectados mais de 40 genes implicados na ocorrência de obesidade e mais de 150 que intervêm na maneira como nós nos alimentamos e como o organismo assimila os alimentos que lhe fornecemos. Alguns agem sobre o balanço energético, outros sobre a distribuição das gorduras, as secreções hormonais ou as escolhas nutricionais.
Portanto, é improvável, a curto prazo, que possamos agir sobre os genes para tratar da obesidade. A terapia genética consiste em devolver a um gene que é fator de uma doença específica sua forma “normal” (ou seja, inofensiva), associando-lhe um gene artificial. Esse método ainda encontra-se num estágio experimental e só é utilizável quando um ou dois genes estão em questão.
É impossível, no entanto, “consertar” um grande número de genes. Até porque nem todos os genes implicados na ocorrência da obesidade foram ainda identificados.
Melhor que recorrer a uma terapia genética, pode-se conceber que um dia, para regular anomalias genéticas, nós escolheremos alimentos em função dos nutrientes que eles contêm. Daí o interesse da nutrogenética que o prof. C. Junien defende: ela talvez permita estimular certos genes “protetores” contra patologias específicas.
Hoje, por exemplo, já estão cientificamente identificados certos nutrientes e alimentos que favorecem e outros que protegem o organismo contra o aparecimento de câncer de intestino grosso. A medicina está em condição de dar conselhos preventivos exatos em matéria de nutrição.
Talvez, um dia ela será igualmente capaz de fazer o mesmo em relação à obesidade.