Sim, sem sombra de dúvida. Alguns medicamentos induzem o ganho de peso e outros reduzem o emagrecimento.
Antidepressivos
Certas pessoas depressivas têm pouco apetite e por isso emagrecem. Tratamentos antidepressivos favorecem o retorno da fome e, em certos casos, do peso.
Em geral, parece que os tricíclicos fazem ganhar, de início, de 600 gramas a 1,4 quilo por mês, em média, já que aumentam o apetite e o desejo por doces. Mas esse não é o caso das substâncias químicas que agem sobre a serotonina (hormânio secretado pelo cérebro, cuja carência pode ser responsável por um episódio depressivo).
Essa influência, no entanto, é imprevisível, já que é impossível conhecer antecipadamente a reação de um determinado indivíduo a um antidepressivo. Em todo caso, como esse tipo de medicação é, em geral, prescrito por vários meses, o médico pode adaptar o tratamento a cada paciente.
Hormônios femininos
Às vezes, o fornecimento externo de certos hormônios femininos (estrogênios e progesterona) favorece a retenção de água ou, mais raramente, o aumento dos depósitos adiposos. De um jeito ou de outro, não se trata de urna regra geral, corno veremos ao abordamos novamente o assunto, no tópico relativo à menopausa e, em hipótese alguma, poderá ser usado corno argumento contra o Tratamento de Reposição Hormonal (TRH) prescrito por um médico a urna mulher que dele necessite.
Quanto às pílulas anticoncepcionais, as que apareceram mais recentemente no mercado favorecem menos o aumento de peso do que as pílulas antigas, que podiam fazer a mulher ganhar três ou quatro quilos nos primeiros meses. Urna jovem que já apresente excesso de peso pode, no entanto, ao iniciar a pílula, estar mais sujeita a ganhar peso do que outra que seja magra.
Cortisona
Empregada a longo prazo para tratar asma severa ou doenças inflamatórias, a cortisona faz ganhar peso. De fato, ela aumenta o apetite e provoca algumas perturbações da digestão e da transformação dos açúcares pelo organismo (excesso de secreção de insulina), que leva a um acúmulo de gordura no corpo. Além disso, ela favorece a retenção de sal e de água.
O que fazer diante do aumento de peso causado por medicamentos?
Os tratamentos raramente são prescritos sem necessidade pelo médico. Por isso, é importante distinguir bem a necessidade do tratamento e o seu resultado, descontando aí o risco de se ganhar peso, que é algo secundário. Deve-se pensar muito nisso, mesmo que seja difícil aceitá-lo, principalmente por aquelas pessoas que têm distúrbios psíquicos e concebem mal a própria imagem corporal.
Como regra geral, a doença justifica o tratamento, que deve ser continuado quaisquer que sejam os efeitos colaterais. Há casos de pessoas que recusam o acréscimo de quilos excedentes e interrompem o tratamento por conta própria: com isso, elas colocam a própria saúde em perigo, já que se arriscam a ver surgir outros problemas.
Se a doença não for muito grave e se existir um tratamento equivalente sem incidência sobre o peso, o médico o prescreverá imediatamente ou, num segundo momento, substituirá o tratamento inicialmente recomendado por ele.