Nós já dissemos e sempre vale repetir: não existe uma obesidade e sim algumas obesidades; não há uma causa de obesidade, mas múltiplos fatores que favorecem sua ocorrência; portanto, não pode existir um tratamento da obesidade ou um método miraculoso para perder peso… O tratamento deve ser personalizado, feito sob medida; não pode ser padronizado.
Quanto às fórmulas milagrosas enaltecidas por certas publicidades, dá para você compreender que só podem ser engodo! A cada ano brotam nas revistas anúncios tentadores de tal ou tal produto criado por um célebre doutor estrangeiro, que revoluciona o tratamento da obesidade ou do excesso de peso. Se você tiver disciplina e paciência, informe-se… O médico em questão não existe ou é um profissional obscuro que se prestou a tal farsa.
Se realmente existisse um novo procedimento ou um novo medicamento que funcionasse, os médicos especialistas, que passam o ano em pesquisas e em congressos científicos, já estariam sabendo há muito tempo! É ingênuo acreditar que uma novidade eficaz possa ser desconhecida.
O produto em questão é em geral vendido por um escritório que tomou a precaução de instalar sua sede no exterior ou nem sequer tem uma sede.
Depois de encomendar o produto, quando você o recebe, ele é ineficaz ou, pior, faz com que você adoeça. Se você escreve para protestar ou exigir reembolso, em caso de insatisfação, já que o resultado era garantido, é uma pena, mas ninguém jamais lhe responderá. Se você perdeu algum dinheiro, decide se queixar por isso? Claro que sim, pois sendo uma pessoa obstinada, você tenta ir mais longe para obter o reembolso. E se você alertar um órgão de defesa do consumidor, você ficará então sabendo que a empresa é inacessível porque mudou de endereço ou simplesmente desapareceu sem deixar pistas… Se você quiser abrir uma sindicância, a localização da empresa no exterior, ou sua inexistência, complica bastante a tarefa!
Esse tipo de empresa apenas explora a credulidade e o sofrimento das pessoas. Para eles, é tão fácil utilizar a angústia alheia em proveito próprio…
Infelizmente, em nossos dias, mesmo os esforços de órgãos brasileiros como o CONAR (Conselho Nacional de Amo-Regulamentação Publicitária), para erradicar essas práticas, não parecem suficientes. E você pode-se perguntar, então, como revistas dignas de credibilidade ainda aceitam nas suas colunas publicidades para esses produtos.